Vera Jacobina

Nas nossas diferenças, nos encontramos.

Textos

UM GRITO DE AMOR...
Olho meu sobrinho,
que eu amo tanto,
e que no entanto,
não posso fazer mais...

É tanto entrave,
queria ter a chave,
agir com o coração,
cuidar da inclusão.

O discurso é tão bonito,
mas fica no papel,
que o tempo desgasta,
e tudo  se arrasta...

Quero fazer mais,
cuidar dele e outros mais,
fazer de tudo, torná-los capazes,
e me realizar.

Mostrar para todo mundo,
que eles são capazes,
e que além do mais,
eles amam demais.

Vêem no outro seu irmão,
coisa que a gente não faz,
por sermos meros mortais,
eles fazem o que lhes apraz.

O governo,
ah! o governo...
O governo que nada faz,
discursa, e deixa tudo pra trás.

Esse ano tem eleição,
mais um ano de representação,
todos cheios de boa intenção,
o que dói meu coração.

É tanto preconceito,
que machuca o meu peito,
mas  não me abate não,
vou agir com a razão.

As vezes sinto-me só,
sem ninguém pra me apoiar,
mas quando vejo o que fiz...
Tenho que continuar.

Meu sobrinho que amo tanto,
é um exemplo a cada dia,
e que essa sua tia,
vai brigar por ele, todo dia.

É um menino inteligente,
que participa de tudo,
e se eu tivesse que escolher,
eu faria de sua vida meu mundo.


Jacobina-Ba., 11 d fevereiro de 2010.

Vera Jacobina


Meu sobrinho João Victor tem trissomia do 21, o que faz dele uma criança especial. Especial em todos os sentidos que essa palavra possa representar, por ter síndrome de  DOWN, e por ser o menino lindo e inteligente que é.
Além de se virar sózinho em todas as situações, desde participar dos jogos municipais da nossa cidade, ter seu orkut, usar celular, estudar em uma escola regular, escolher suas próprias roupas (pois tem seu estilo), é muito independente e eu procuro a cada dia desenvolver o que ele faz de melhor. Mas, o que me chateia é ver o discurso bonito do nosso governo e na prática nada. As escolas não capacitam seus professores para recebê-los, e em uma escola regular, eles preferem cuidar com mais atenção daquelas crianças  (que por falta de outra palavra no momento), chamam de normais.
Não vou desistir nunca, como não cuidar de uma criança, que todo dia ao acordar, vira pra você e diz: EU TE AMO TITIA?
Como não gostar de uma criança que em seu mundo, só há amor? E que é difícil penetrarmos porque o nosso é cheio de desamor?
Peço aos meus colegas do Recanto das Letras, principalmente aqueles que trabalham com educação, que troquemos experiências para podermos ajudar meu sobrinho e outras crianças. Desculpem o desabafo, mas justamente hoje, estou muito angustiada. Abraços.
Meu email:jacobina.vera@hotmail.com






























Vera Jacobina
Enviado por Vera Jacobina em 11/02/2010
Alterado em 11/02/2010


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