Feia, fria, fedorenta,
Que coisa nojenta!
É assim que se apresenta,
Dona feia em pessoa.

Sua aparência, é um horror!
Ninguém a conhece por dentro,
Ela mais parece um invento,
Não tem sentimento.

Tenta falar, rosna...
Quer ser gentil,
É grossa...
Minha nossa!

Quando resolve sair,
Sai de vassoura,
Ninguém a compreende,
Nem a professora.

Vive se metendo,
Onde não é chamada,
Por onde passa,
Parece granada.

Detona tudo que encontra,
Ninguém se dá conta,
Mas ela é traiçoeira,
Só armando uma ratoeira.

Chega de mansinho,
Como se fosse um bichinho,
Apronta um enguiço,
É um feitiço.

Para seu desafeto...
A vítima sente uma picada,
Pensa que foi um inseto,
Começa a tremer.

O corpo esquenta,
Parece pimenta,
O que fazer...
Ninguém sabe dizer.

Mas alguém se lembra,
Daquela mulher pequena,
Feia como ela só,
Que não tinha dó.

Terá sido ela,
Que voltou para vingar-se,
Da amiga, como prometeu?
Meu Deus!

Não quero nem pensar,
Precisamos de um antídoto,
Para acabar com o veneno,
Que ela prometeu enviar.

Vamos ver o que vai dar...
Assim a bruxa danada,
Ao invés de maltratar,
É que será maltratada.

Aliás, alguém teve uma idéia,
Inverter esse feitiço,
Fazê-lo "voltar,
Contra o feiticeiro".

Não é assim, o ditado?
Como quem não quer nada,
Vamos fazer a danada,
Experimentar seu veneno.

Pegamos um frasco pequeno,
Enchemos de gotas de amor,
Pitadas de caridade,
E muita felicidade.

Sem esquecer da gratidão,
Também de muita bondade,
Depois acrescentamos ternura,
Para amaciar a figura.

Juntamos tudo isso,
Tapamos o pequeno vidro,
Mas é o suficiente,
Para ajudar aquele ente.

Ficamos de sobreaviso,
Para quando ela chegar,
Será um Deus nos acuda,
Tudo pode acontecer.

Lá vem ela,
Toda faceira,
Quando de repente...
O líquido é derramado.

Sobre sua cabeça,
Gente! Ela se transforma,
Primeiro numa cobra...
Depois, ah depois!

Todos sentem um aroma...
De flores...perfeito!
Ela vai se transformando,
E de repente surge:

Uma linda mulher!
Que precisava de amor,
De afeto e atenção,
Pra mudar o coração.