JUSTIÇA
Lá estava ele Todo elegante Sempre galante A atender o povo. Andava bem vestido, Era bem quisto, Todos o admiravam Por ser assim. Cabeleira bem cuidada Barba bem feita, Corpo esbelto Tudo no lugar. Mas é o que dar: As aparências enganam, E o cara era um safado. Cantava todo mundo. Quando o pegaram Ele disse: eu sou, só educado! Mas que descarado! Cantava as menininhas. Gostava das novinhas. Com as senhoras As tratava bem Para fazer uma média. Ajudava Subir escada, Puxava a cadeira Para sentá-las. Até que um dia Sua casa caiu. Surgiu um abacaxi Teria que descascar. Era tanto problema Que ele se viu numa bela encrenca. Meninas saindo pela culatra, Tudo fora descoberto. E o esperto perdeu a graça, Ficou deselegante, Nada tinha de galante E o povo, ah o povo! Quiseram linchá-lo, Amassá-lo, fazer dele Um pano de chão. Que situação! Sem dó no coração, Eles o puxaram daqui, dali... Fizeram-lhe uma bela plástica: De belo agora, não tinha nada! Vera Jacobina
Enviado por Vera Jacobina em 15/02/2012
Alterado em 15/02/2012 |