A CARA DA MORTE
Dei de cara com a morte E por sorte, ela não me levou. Que horror! Estava tão bela Naquela cara dela, Que quase me cativou. Diferente do que falavam, Ela é um arraso! Mas sem dar prazo, Nem se despediu... Do jeito que chegou, Simplesmente sumiu. Meiga, alta, pálida, Escorregadia, esguia, Cheia de não me toques, Essa é a morte, Que vem e vai, Que entra e sai, se esvai! Sem que os meros mortais percebam, Ela mais uma vez, Penetra no ambiente, Tentando novamente, Concluir o que não acabara. Não a vejo, mas, sinto seu cheiro E sua presença, Que confirma a crença, Que ela existe E sempre persiste em seu feito. Teimosa como ela só, Anda, dar voltas, Rodeia, faz de conta, apronta! Periga... Vai embora. Para depois retornar, E levar o que veio buscar. Nesse instante, Acredite quem quiser, Os pássaros alçam vôos, O gato eriçado Fica todo arrepiado, O ambiente pesa, Um cheiro estranho, Se espalha e eu fico na espreita... Um frio penetra minha carne, Fico gelada, sudorese? A vista turva faz-me ver na penumbra, Aquela sombra que aguarda... Inerte penso: ainda estou viva! Vera Jacobina
Enviado por Vera Jacobina em 14/06/2012
Alterado em 17/06/2012 |